O título “Só com a ajuda do santo” pode até ter sido escolhido pela Mangueira para ser o enredo do Carnaval deste ano, mas também cairia como uma luva para substituir “A Ópera dos Malandros”, que o Salgueiro levou para a Sapucaí em 2016.
É que, segundo a presidente Regina Celi, o desfile sobre a malandragem recebeu uma doação milionária de um adepto das religiões espíritas afro-brasileiras. A pessoa, que não teve a identidade revelada pela dirigente, teria sido orientada por uma entidade chamada Zé da Ginga a doar a quantia para a “Academia do Samba” produzir as fantasias e as alegorias do último carnaval.
— Foram R$ 3 milhões (doados ao Salgueiro). Tem várias religiões e todas elas a gente tem que respeitar. Você vai na igreja e consegue uma benção. A pessoa (que ajudou) conseguiu muitas bençãos com essa entidade, seu Zé da Ginga. Isso durou de anos e anos, e ele fez uma doação para a escola e quis fazer a homenagem — explicou Regina em entrevista ao jornalista Léo Dias no programa “De Cara” da FM O Dia.
Além de revelar o valor que recebeu do seguidor da doutrina espírita, a mandatária salgueirense contou que a vermelho e branco (justamente as cores associadas espiritualmente aos malandros) teria sido eleita por Zé da Ginga para servir como instrumento para o tributo, que acabou conquistando a 4ª colocação do Carnaval na Quarta de Cinzas.
— A entidade queria que (a homenagem) fosse feita no Salgueiro. Tinha que ter sido feita no Salgueiro, em (mais) escola nenhuma. Isso é uma coisa de luxo (risos). No Carnaval, você acredita em tudo. Quem é de santo, umbanda, acredita nisso (na entidade). Gosto de todas. Da macumba, da (igreja) evangélica. Sou Deus, acredito em Jesus Cristo. Por que não posso acreditar na religião dele se o Deus dele é o mesmo que o meu? — indagou.
“Salve o povo de fé, me dê licença!”. Exaltando os malandros na Sapucaí, o Salgueiro conquistou a 5ª colocação no Carnaval 2016.
FONTE:SAMBARAZZO