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Sossego, Alegria da Zona Sul, Viradouro e Estácio de Sá brilham no 1º dia de desfiles da Série A no Rio

Sossego, Alegria da Zona Sul, Viradouro e Estácio de Sá foram os destaques, levantando o público no primeiro dia de desfile da Série A do carnaval carioca na noite de sexta-feira (24) e madrugada de sábado (25). As homenagens a Zezé Mota, Beth Carvalho e Gonzaguinha botaram os foliões para cantar e sambar.
Ainda passaram pela Marquês de Sapucaí, Império da Tijuca, União do Parque Curicica e Acadêmicos de Santa Cruz.
Mais sete escolas completam os desfiles a partir das 22h de sábado: Acadêmicos da Rocinha, Acadêmicos do Cubango, Inocentes de Belford Roxo, Império Serrano, Unidos de Padre Miguel, Renascer de Jacarepaguá e Unidos do Porto da Pedra.

Acadêmicos do Sossego



Estreando na na série A, a Acadêmicos do Sossego abriu a noite de desfiles com o enredo “Zezé Motta, a deusa do ébano”, de Márcio Puluker. A escola celebrou os 50 anos de carreira da atriz e cantora, imortalizada pelo papel no filme “Xica da Silva”, de 1976.
A personagem mais marcante da carreira de Zezé foi lembrada ao longo do desfile, como na fantasia da rainha de bateria Cris Alves, vestida como a Senhora Liberdade. Atrás dela, a bateria representava o grito de liberdade e as conquistas dos negros.
Destaque do quarto carro, Zezé agradeceu pela homenagem antes do desfile: "É uma emoção que não se explica". Os 1,8 mil componentes, distribuídos em 18 alas e quatro alegorias, passaram pela avenida em 53 minutos, dois a menos que o tempo máximo.

Alegria da Zona Sul




Pelo segundo ano consecutivo, a Alegria da Zona Sul sofreu com problemas em carros alegóricos ainda na concentração e na dispersão. Problemas na embreagem do segundo carro encheram o sambódromo de fumaça e geraram um corre-corre dos integrantes da escola. O último teve de ser empurrado para entrar na avenida e não deixar um buraco no desfile. O detalhe é que essa era a composição que levava a homenageada, a sambista Beth Carvalho, além de outras lendas do samba, como Tia Surica e Nelson Sargento. Quando o carro finalmente entrou na pista, o público foi à loucura. No finalzinho, o primeiro carro teve problemas para se locomover.
Mesmo com esses problemas, a escola encerrou sua passagem em 53 minutos.
Com o enredo "Vou festejar com Beth Carvalho - A Madrinha do Samba”, a Alegria da Zona Sul cantou e sambou os 50 anos de carreira da cantora, que, mesmo de cadeira de rodas motorizada, foi ao desfile e cantou. "Me sinto honrada, feliz, espero que a gente ganhe", disse Beth.
As alegorias e fantasias ora faziam referência à vida de Beth ora a seus sambas. A primeira porta-bandeira, por exemplo, representava o samba, o malandro e a boemia das rodas de samba com a fantasia "É samba... malandro, vadio e valente". Já a comissão de frente trazia uma faceta não tão conhecida de Beth: representando a infância, mostrava sua paixão pelo ballet e pela música.


Unidos do Viradouro




Enquanto ainda esquentava os tamborins, a bateria da Unidos do Viradouro já levantava o público. À frente dos ritimistas estava mestre Maurão, sucessor de mestre Jorjão, o responsável por levar para a avenida a paradinha funk há 20 anos. Em 2017, a bossa da bateria foi simular os movimentos de uma sanfona.
A escola foi para a avenida com o enredo "Todo menino é um rei", de Jorge Silveira, que pegou carona na música composta por Nelson Rufino e Zé Luiz e interpretada por Roberto Ribeiro.
Recheada de referências aos sonhos de crianças, a Viradouro transformou Batman, Super-Homem e Playmobil em fantasias. A comissão de frente mostrava o menino brincando com seus brinquedos, como bonecos e carrinhos. Já o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira vestia a fantasia "O meu brinquedo preferido".


Império da Tijuca




A Império da Tijuca desfilou em 56 minutos, um minuto além do permitido, e perderá um décimo. Tanto é que o fim da apresentação foi tenso. Quarta a desfilar, a escola teve como enredo “O último dos profetas”, sobre a vida de São João.
Aspectos da vida de São João viraram samba, desde seu nascimento até sua morte -- uma ala representava o Rio Jordão. A escola abordou ainda sua influência sobre a cultura e outras religiões. Sua representação no candomblé e na umbanda como Xangô, fruto do sincretismo religioso brasileiro, não foi esquecida.
Também teve a ala Quadrilha Junina. O fogo, que arde nas fogueiras para comemorar o dia de São João, foi o elemento escolhido para abrir o desfile da Império da Tijuca. Ardiam “em chamas” a comissão de frente e a ala das baianas. A escola, que homenageou José Wilker ano passado, levou para a avenida um tema religioso a pedido de seu presidente, que neste ano quer terminar em uma posição melhor do que o sétimo lugar de 2016.


União do Parque Curicica




Sem tanto requinte, mas com muita vontade de brilhar, a União do Parque Curicica foi a quinta escola a desfilar na Marquês de Sapucaí. Um dos pontos altos foi a bateria, fantasiada de Timbalada, que teve de correr para o desfile não extrapolar o tempo limite. A apresentação terminou em cima dos 55 minutos permitidos.
Devido aos problemas financeiros, alegorias e fantasias não tinham o esplendor de outras escolas. Um dos carros foi quase todo montado com materiais obtidos em uma feira de trocas atrás do barracão da escola. Os CDs e vinis que adornavam outra composição foram angariados em uma campanha online feita pelos integrantes.
As limitações foram compensadas com simpatia, como se a escola estivesse colocando em prática o enredo “O importante é ser feliz e mais nada”. O desfile queria despertar a nostalgia do público ao lembrar delícias da infância, como brincadeiras, jogos e músicas de outros carnavais. Não faltaram ícones infantis como Ursinhos Carinhosos e Paquitas. As baianas estavam vestidas de Emília, do Sítio do Picapau Amarelo.

Estácio de Sá




Ao contar a história de um morador de sua comunidade, a Estácio de Sá fez cantar junto até quem não sabia a letra. Com o enredo “É! O moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio”, a escola levou para a avenida a vida de Gonzaguinha, criado no morro de São Carlos.
Trechos de sucessos do cantor, como “quando eu soltar a minha voz entenda”, “palavra por palavra”, “alegria de ser feliz”, “viver e não ter vergonha de ser feliz”, recheavam o samba-enredo, que estava na ponta da língua de passistas e público. Um dos autores da canção ser o filho de Gonzaguinha, Daniel Gonzaga, ajudou o desfile ser do tipo “explode coração”.
Outra relação entre pai e filho surgiu na menção a Luiz Gonzaga, pai de Gonzaguinha. Liderados pelo mestre Chuvisco, os ritmistas da bateria da Estácio de Sá prestam uma homenagem a ele ao se fantasiarem de "Rei do Baião". Alas dedicadas a músicas dele, como “Que nem jiló” e “Xote das meninas”, se misturaram a carros sobre a militância política de Gonzaguinha. Ainda mais porque a escola deixou a pista após 54 minutos de apresentação, a um minuto do tempo máximo.

Acadêmicos de Santa Cruz




Na voz dos intérpretes Carlinhos Pavarotti e Gabby Moura, única mulher a puxar samba no Rio, a Acadêmicos de Santa Cruz homenageou a literatura infantil com o enredo "Vou levar somente o que couber no bolso e no coração, Uma viagem de sabedoria além da imaginação".
As referências levadas para a avenida foram de Monteiro Lobato e sua Emília, do Sítio do Picapau Amarelo, a carro em forma de castelo, assombrado por bruxas, e Mágico de Oz. Os ritmistas da bateria estavam fantasiados de príncipe encantado, personagem recorrente em contos infantis.
Muitas das alas tinham coreografias. Naquelas em que a fantasia ajudava, como a das Emílias que seguravam guarda-chuvas com as cores do arco-íris, a dancinha tirava o desfile da mesmice. 
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