O desfile das Campeãs do Rio neste sábado (4) ficou
marcado pela aclamação quase unânime de espectadores e até concorrentes ao
título da Portela e pela euforia do público com a homenageada pela Grande Rio,
Ivete Sangalo, e pelo encantamento com a comissão de frente da Mocidade, a
segunda colocada. Acidentes que deixaram feridos nos desfiles da Paraíso de
Tuiuti e Unidos da Tijuca foram lembrados.
Os acidentes com carros alegóricos
foram lembrados no acompanhamento de bombeiros percorrendo a avenida ao lado de
alguns carros alegóricos e em rosas distribuídas ao público do setor 1,
atingido pela alegoria da Paraíso do Tuiuti no desfile de domingo. Um degrau da
mesma área que tinha sido interditado na segunda-feira, entretanto, estava
liberado e superlotado neste sábado.
Aclamada por nomes de peso de
escolas concorrentes, como Nelson Sargento, da Mangueira, a Portela não
decepcionou o público e fechou a noite sob gritos de "A campeã
voltou". Um momento curioso foi a presença do ex-prefeito Eduardo Paes,
que não pode ver um título da escola de coração durante seus 8 anos de mandato.
Sexta colocada, a Beija-Flor foi a primeira a pisar na
avenida apresentando o enredo "Iracema, a Virgem dos lábios de mel".
A escola apostou em fantasias de índios de diferentes cores e componentes
divididos em setores, com dramatizações, em vez das tradicionais alas. Antes do
desfile, o diretor de carnaval da escola, Laíla, afirmou que a escola ficou na
sexta posição por conta da incompreensão da proposta da escola. "Tudo o
que é novo é difícil de entender. Mas a Beija-flor cumpriu a sua
obrigação", decretou o diretor de carnaval.
A escola foi seguida pela Grande
Rio, que voltou a incendiar a avenida desde o setor 1 com Ivete Sangalo. Enredo
da escola, integrante da comissão de frente e destaque, ela mostrou mais uma
vez a energia que encantou a Sapucaí no domingo, e foi recebida aos gritos de
“Ivete, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”. Além de trazer a história de
Ivete e vários elementos da música baiana e de outros estilos, a escola também
chamou a atenção pela grande quantidade de artistas na avenida.
Quarta colocada, a Mangueira foi muito aplaudida ao
entrar na Avenida com seu enredo “Só com a ajuda do Santo”. A escola acabou não
trazendo uma das alegorias que chamou mais atenção no desfile da última segunda
(27): a que juntava Cristo e Oxalá. Segundo o presidente da Liga Independente
das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, representantes da Arquidiocese
do Rio relataram um "desconforto" com a alegoria, que não lhes havia
sido mostrada durante a vistoria que fizeram nos barracões, antes dos desfiles
do Grupo Especial.
O terceiro colocado Salgueiro veio
em seguida, com o enredo “A Divina Comédia do Carnaval”, que se propunha a
levar o público “numa viagem poética e desvairada pelos três reinos místicos de
Momo, navegando por um rio de escaldantes tentações”.
De medusa, a rainha de
bateria Viviane Araújo levantou o público com coreografias em frente aos
ritmistas.
A escola foi seguida pela
vice-campeã Mocidade Independente de Padre Miguel, que tinha a comissão de
frente de seu Aladim como um dos momentos mais aguardados da noite. Em outro
momento emocionante, a porta-bandeira Jéssica Ferreira, que torceu o joelho no
desfile da Unidos de Padre Miguel, da Série A, desfilou de cadeira de rodas com
a Mocidade.