Em meio à crise econômica, as escolas do Grupo Especial do Rio estão com medo de não conseguir colocar o carnaval na Avenida. O drama é agravado com a incerteza do repasse de verbas da prefeitura do Rio — na gestão de Eduardo Paes, o valor era R$ 2 milhões para cada agremiação, sendo que o município ainda deve R$ 100 mil para cada uma, referentes ao último desfile. A Riotur garante que a verba para 2018 será paga, e ressaltou que o valor ainda devido passa por uma auditoria.
Com essa indefinição, a festa para o sorteio da ordem dos desfiles ainda não foi marcada. A Liesa só vai divulgar a data do evento depois que a prefeitura fechar o contrato para 2018. Uma reunião com Marcelo Crivella estaria sendo preparada para a próxima semana, mas o prefeito ainda não confirmou.
— A Mangueira não está devendo ninguém, mas, se a prefeitura não ajudar, não tem como ter carnaval — afirmou Chiquinho da Mangueira, presidente da Verde e rosa.
Atual campeã do carnaval com a Mocidade, a Portela também vê com preocupação a falta de posicionamento do governo municipal. Na Beija-Flor de Nilópolis, o presidente de honra, Anísio Abrão David, já tem comentado com os mais próximos que, sem a subvenção, não desfila. Na Unidos da Tijuca, o presidente Fernando Horta segue o mesmo ritmo. As duas escolas ainda não anunciaram os seus enredos. A prefeitura do Rio foi procurada pelo Extra para dar esclarecimentos, mas transferiu essa responsabilidade à Riotur. A Empresa municipal de Turismo, por sua vez, informou que “os R$ 100 mil que precisam ser pagos estão em processo de auditoria e precisam de um parecer’’. Na segunda-feira, a controladoria enviará uma minuta deste relatório. Mas já se sabe que há escolas com pendências. E que, por conta disso, ficam neste momento impedidas de receber. Já sobre os R$ 2 milhões para cada uma, a Riotur garantiu que será mantido em 2018 e que, daqui a 15 dias, haverá o lançamento do caderno de encargos. O documento servirá para empresas privadas interessadas assumirem o patrocínio do carnaval e o réveillon.
Diferentemente do que disse anteriormente, a Riotur informou que o caderno de encargos será lançado para custear o carnaval de rua e a festa do réveillon, não os desfiles na Marquês de Sapucaí. O dinheiro da subvenção para as escolas de samba será pago pela Prefeitura do Rio.
Cheque na mão e sem dinheiro na conta
Em fevereiro, Crivella esteve no Sambódromo para fazer a entrega simbólica de um cheque à Liesa referente às subvenções que a prefeitura dá ao carnaval. Segundo o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, na quantia de mais de R$ 12 milhões também estavam os R$ 100 mil devidos às agremiações do Grupo Especial, “mas que ficaram retidos para a prestação de contas das escolas’’:
— Temos a promessa do Marcelo Alves (presidente da Riotur) de que esse pagamento seja acertado já na próxima semana. Nós esperamos que a reunião para a assinatura do contrato entre a Liesa e a empresa para o Carnaval 2018 aconteça o quanto antes. O nosso regulamento estabelece que o sorteio para a ordem dos desfiles seja até o dia 15 de julho.
ENREDOS
Seis escolas já definiram seus temas. A Portela mostrará como judeus que fugiram da Europa no século XVII, com destino ao Nordeste do Brasil, tiveram papel fundamental na formação da cidade de Nova York. O Salgueiro faz homenagem às mulheres negras. A Grande Rio falará sobre Chacrinha. A Imperatriz aborda os 200 anos do Museu Nacional. A São Clemente homenageia a Escola de Belas Artes e a Tuiuti aborda os 130 anos da Lei Áurea.
INDEFINIDOS
Seguem sem enredo: Mocidade, Mangueira, Beija-Flor, União da Ilha, Vila Isabel, Unidos da Tijuca e Império Serrano.