Sob gritos de "É campeão" por parte da torcida azulada, o Caprichoso
encerrou sua apresentação na segunda noite do Festival de Parintins em
clima de otimismo. Com alegorias grandiosas, e belas apresentações
individuais, o Caprichoso só tomou um susto quando Marcela Marialva
quase caiu de uma alegoria (veja vídeo clicando aqui). Mas ela se recuperou rapidamente e deu o tom da apresentação de garra azulada.
A abertura da noite veio com a toada azulada do ano, ‘Povo Festeiro
da Ilha’, acompanhada a plenos pulmões pela galera azul e branca.
Integrantes do bailado corrido do bumbá inovaram e entraram pelo fosso
da arena, ocupando rapidamente o palco da festa.
E a grandiosidade vista na primeira noite foi repetida logo na
primeira alegoria, que representava a lenda Amazônica `Dom Sebastião'.
Um dos destaques da alegoria era a representação estilizada do boi-bumbá
Caprichoso, lembrando o formato do bumba-meu-boi.
Da coroa de Dom Sebastião, surgiu a Rainha do Folclore, Brena Dianná.
Ela foi suspensa por um guindaste e levada até o chão, onde evoluiu com
a garra que demonstra há nove anos no Touro Negro.
Da mesma alegoria de Dom Sebastião, surgiu a Sinhazinha da Fazenda,
Valentina Cid. Ela apareceu, primeiramente, vestida como a princesa do
castelo de Dom Sebastião. O castelo "se fechou" por dois minutos e ela
apareceu novamente, com outros trajes. Ela trouxe na indumentária a
pedraria inspirada no reinado português no vestido verde.
Com 48 minuto de apresentação, o boi-bumbá Caprichoso surgiu do alto,
vindo de um guindaste e evoluiu na arena sem alegorias, brilhando ao
lado da Sinhazinha da Fazenda, Rainha do Folclore e Pai Francisco e
Catirina. A música escolhida foi Negro da América, do ano 2000, que
empolgou a galera azulada.
As tribos chegaram ao som da toada “A mística Xinguana”, de Paulinho
Du Sagrado, e trouxeram o Pajé Netto Simões na defesa pelo Xingu. Os
bailarinos fizeram a dança tribal inspirada na guerra dos índios do Alto
Xingu em busca de esperança contra a degradação. A cênica foi
finalizada com o totem sagrado do Xingu, de onde surgiram os Tuxauas.
“O vaqueiro da Várzea” foi a inspiração de Francinaldo Guerreiro para
a Figura Típica Regional.Os módulos foram montados ao som de
“Sensibilidade”, toada dedicada a David Assayag e que ele usou para
defender o item 2, levantador de toadas. A obra representou as águas
barrentas e alagadas que despertam o imaginário do caboclo ribeirinho
para os mitos aquáticos.
Júnior Brasil, acompanhado do pai Geraldo Brasil, fez um solo na
arena. Vestido de canoeiro e pescador ele cantou “Rios de promessas” em
um momento emocionante dedicado ao caboclo ribeirinho. Ele é morador na
premiada rua Sá Peixoto, tradicionalmente enfeitada de azul e branco.
Momento de tensão (Foto: Evandro Seixas)
Do alto da alegoria de quase 20 metros, o brasão da cidade de
Parintins se abriu para mostrar a Porta Estandarte, Marcela Marialva.
Com uma indumentária em diferentes tons azuis,ela chegou para
representar o imaginário caboclo em cima do ser mitológico Ipupiara.
Um problema técnico quase derrubou o item feminino, já próximo ao
chão, mas ela conseguiu sair a tempo da alegoria sem nenhum dano físico.
A base que sustentava Marialva cedeu em partes e ela ficou sem apoio,
mas a equipe do Caprichoso foi rápida em auxiliá-la. A ‘volta por cima’
diante do problema fez Marcela Marialva ser ovacionada pela Galera Azul.
Ela defendeu o item 05, porta estandarte com uma dança cheia de garra,
movimentos marcados e simpatia.
A Marujada de Guerra fez reverência a Galera do Caprichoso ao
interpretar a toada “Somos Marujada de Guerra” de frente para o item 19.
O som dos ritmistas foi pausado para que o berrante tocado pelo Amo do
Boi, Prince do Boi, fizesse a introdução dos versos de alfinetada para a
Galera do bumbá contrário.
O módulo alegórico “O Curupira”, trouxe para a Arena a mitologia da
mãe da mata, Yamandacy, dona de toda floresta. Do centro da alegoria
criada pelo artista Algles Ferreira apareceu a cunha poranga Marcielle
Albuquerque. Ela trouxe o sopro da vida representada por borboletas em
suas mãos. Com uma indumentária divida em duas cores, azul e branca, ela
se apresentou luxuosa e mostrou uma dança da forte guerra, com passos
que expressam a força e a garra da índia guerreira.
Em um segundo momento, a porta estandarte foi suspensa até o meio da
Galera e onde, no meio da
arquibancada, surgiu o Boi Caprichoso, que
brincou ao lado da Galera.
Uma revoada de morcegos, de todos tamanhos, chegaram para o Ritual
indígena “Kupe-Dyep”, de Kenedy Prata. O artista resgatou a história
dos índios Apinajé, de vida subterrânea e habitados pelos
homens-morcegos chamados Kupe-Dyep. Do centro da alegoria surgiu o
mestre da cura, o pajé Netto Simões, que fez levitação e empolgou a
galera azulada, que não parou de vibrar um segundo.
Fonte: A critica
Caprichoso abre segunda noite do Festival de Parintins com apresentação grandiosa
julho 03, 2017
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