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Unidos da Tijuca é inocentada de acidente no Sambódromo: ‘Entubei tudo calado’

O Carnaval da Unidos da Tijuca de 2017 vai ficar pra sempre marcado como o capítulo mais triste da trajetória da escola. A parte de cima da segunda alegoria da agremiação despencou, ferindo oito componentes do carro, no dia 28 de fevereiro. Os bombeiros agiram com rapidez e as vítimas foram logo socorridas e levadas para o hospital. Meses após a realização da perícia da Polícia Civil e do início do processo criminal na justiça, ficou comprovado: a Unidos da Tijuca não teve responsabilidade direta no acidente.
A culpa, de acordo com o laudo pericial, foi de uma empresa de equipamentos hidráulicos que cuidou da engrenagem de sustentação do carro alegórico. Presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta já acionou a companhia responsabilizada na justiça.

– Primeiro a gente se preocupou em dar assistência aos acidentados. A Tijuca não tira a responsabilidade dela fora. Ocorreu um processo criminal, onde a responsável pelo acidente foi a Berg Engenharia (Berg Indústria Mecânica). A Tijuca alugou uns hidráulicos deles, e até o manuseio era deles, de uma equipe da empresa. A Tijuca tomou suas providências, acionando na esfera cível essa empresa. Ficamos abatidos, não só pelo resultado, mas pelo ser humano, e as pessoas que ficaram prejudicadas. Causou danos morais e psicológicos a mim, à escola e aos componentes. Tenho certeza de que os componentes compreenderam e vão continuar desfilando na Tijuca – explica Horta ao Portal de noticias Sambarazzo.

Acidente na Unidos da Tijuca deixou oito pessoas feridas – Foto: Irapuã Jeferson


Logo após o acidente, a Unidos da Tijuca teve que responder a quatro processos na esfera cível. Curioso é que os dois feridos com mais gravidade no acidente não processaram a escola de samba. Numa das ações na justiça, uma mulher alegou que a queda do carro machucou um dos dedos da mão e se disse muito abalada pela contusão. No entanto, ela foi flagrada no desfile da Mangueira, que se apresentou pouco depois da Tijuca. A foliã, claro, perdeu a causa.

Como medida para evitar novos acidentes desse porte, Horta descartou usar os serviços da empresa apontada como culpada pela tragédia.

– Não tenha a menor dúvida. Nunca mais vi esse cidadão (o funcionário da empresa que controlava a engrenagem da alegoria). Lamento que ele tenha dado azar desta vez. Talvez, ele tenha muito serviço acumulado. Foi uma falha de não travar o hidráulico, ele tombou e causou todo esse transtorno, esse prejuízo – completa.

Causou danos morais e psicológicos a mim, à escola e aos componentes’, desabafa Horta sobre processo movido contra empresa responsável por acidente – Foto: Rafael Arantes

“Tive que entubar tudo isso calado. Foi uma injustiça”
Um dos carnavalescos da Tijuca, Hélcio Paim – especialista nas ferragens dos carros alegóricos – chegou a ser apontado, na época do desabamento do carro alegórico, como um possível responsável pelo acidente. Ele acredita que se tivesse o controle da engrenagem nada teria acontecido.

– Andaram falando umas besteiras. E foi gente do carnaval, que está sujeita a acontecer a mesma coisa. Mas as pessoas se julgam deuses. Se eu soubesse que esse cidadão não tinha pessoal pra operar isso, eu teria colocado minha equipe e tenho certeza que esse acidente não teria acontecido. A cobrança foi muito grande, foi um momento muito difícil da minha carreira. Deixei passar. A perícia foi feita, e na hora eu já sabia que a culpa não era minha, mas não podia falar nada. Tive que entubar tudo isso calado. Foi uma injustiça muito grande – relata Hélcio.

Hélcio Paim (à direita) forma comissão de carnaval com Annik Salmon e Marcus Paulo – Foto: Felipe Araújo


Acidente causou morte de radialista
Em virtude do acidente, a Unidos da Tijuca perdeu pontos em todos os quesitos e amargou o 11° lugar, ficando de fora do Desfile das Campeãs depois de sete anos seguidos participando do Sábado que envolve as seis melhores da festa.

Não foi só a Unidos da Tijuca que teve problemas com alegorias. O último carro da Paraíso do Tuiuti perdeu o controle na entrada da Sapucaí, no Domingo de Carnaval, e acabou atropelando cerca de 15 pessoas em frente ao Setor 1 do Sambódromo. Após meses de internação, a radialista Liza Carioca – uma das vítimas – morreu por falência múltipla dos órgãos. No acidente, ela teve uma fratura exposta na perna e fraturou a bacia.

CRÉDITOS: SAMBARAZZO
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