A sexta-feira (9) foi o primeiro dia de desfiles das escolas de samba de São Paulo. Sete escolas passaram pelo Sambódromo. O enredo era sobre filmes de terror e as primeiras cenas da escola Independente Tricolor foram mesmo de mexer com os nervos. O primeiro carro quebrou pouco antes do desfile. Correria para consertar. O comandante e a madrinha da bateria tentavam espantar o medo. “Deus está olhando para a gente. De terror é só enredo”, disse o comandante. “A gente tem nervosismo, diferente de medo”, afirmou Sheila Mello, rainha de bateria. Deu tempo. A escola partiu. Mas o carro quebrou de novo e só foi em frente rebocado. Atrapalhou um pouco o ritmo de um carnaval de belas fantasias e alegorias.
Entre um susto e outro, começou a primeira noite no Sambódromo paulistano. Na sequência, veio a Peruche. E veio com samba na veia, homenageando um gigante, um mestre. Em época de comemoração especial. Martinho da Vila completa 80 anos na segunda-feira.
Repórter: Só podia ter nascido em fevereiro, hein?Martinho: Em pleno carnaval...
A conversa não foi curta porque ele já estava subindo para a posição de destaque, no carro. A filha Mar’tnália foi adiante: “É bonito demais ter essa homenagem para ele né? Oitentão, na avenida”.
Quem também fez bonito, se reinventando, foi a Acadêmicos do Tucuruvi, que perdeu a maior parte das fantasias num incêndio, no começo de janeiro. Na ala das baianas, só um exemplo do modelo original.
Quem também fez bonito, se reinventando, foi a Acadêmicos do Tucuruvi, que perdeu a maior parte das fantasias num incêndio, no começo de janeiro. Na ala das baianas, só um exemplo do modelo original.
“Era bem bonita, mas não deixa de ser bonita da mesma forma. Sempre baiana. Não pode perder o ritmo”, declarou uma das baianas.
Ritmo que não faltou mesmo com a escola desfilando fora da competição, sem risco de ser rebaixada, por decisão da liga das escolas. “Não muda nada só aumenta a vontade de mostrar o porquê de sermos a Acadêmicos do Tucuruvi”, disse uma integrante.
Que árvore era essa, abrindo o desfile da Mancha Verde? O carnavalesco explicou: era parte da homenagem ao grupo Fundo de Quintal, fundado no Rio há 40 anos.
“Eles costumavam fazer as rodas de samba no bloco Cacique de Ramos à sombra dessa tamarineira”, disse.
E que aglomeração era essa, com todo mundo querendo ver, filmar? A estrela Viviane Araújo.
Na Acadêmicos do Tatuapé, campeã de 2017, defendendo o título, quem bateu um bolão foi a bateria. Cheia de audácia. Com enredo que falava do Maranhão, teve até reggae no samba. Um desfile muito elogiado também em outros quesitos.
A Rosas de Ouro foi para avenida e para a estrada, falar da vida dos caminhoneiros. Não podia faltar música sertaneja. E em carne e osso, com Maiara e Maraísa.
“O Brasil é sertanejo, o Brasil é carnavalesco. É um momento único na nossa vida. Que seja a primeira de muitas. E eu falo pra todo mundo. Tem que viver isso pelo menos uma vez na vida, minha gente”, comenta a cantora.
A Tom Maior, fechou a noite de desfiles, com o dia já amanhecendo. Sem sono nenhum. O enredo falou da escola carioca Imperatriz Leopoldinense e da inspiradora dela, a própria imperatriz. Que também foi rainha de Portugal. Leopoldina teve seu Dom Pedro. A bateria da escola teve 250.