Motivo foi a prisão de Chiquinho da Mangueira, presidente da Verde e Rosa. Aplicativo repassou este ano R$ 500 mil a cada escola de samba.
O carnaval das escolas de samba sofreu mais uma baixa. A Uber, empresa que começou a patrocinar o desfiles do Grupo Especial em 2018 e já havia acertado a renovação para 2019, comunicou à direção da Riotur que não apoiará mais os desfiles. Com o repasse do aplicativo de transporte de passageiros, cada agremiação da elite da folia carioca recebeu R$ 500 mil no último carnaval, além da subvenção de R$ 1 milhão paga pela prefeitura do Rio. A decisão também vai afetar os desfiles da Intendente Magalhães.
Na Riotur, a informação é que a prisão do deputado estadual Chiquinho da Mangueira, presidente da Verde e Rosa, assustou a empresa americana. Durante uma conversa informal com representantes da empresa municipal de Turismo na semana passada, membros da Uber apresentaram notícias publicadas pela imprensa sobre a prisão de Chiquinho. A empresa formalizou a retirada do patrocínio esta semana. Segundo a empresa municipal de Turismo, a direção da Liesa foi comunicada.
No processo, a Uber anexou um dossiê com as notícias relativas a Chiquinho da Mangueira. O argumento apresentado, segundo a Riotur, é que o compliance da empresa desautorizou a vinculação da marca com o carnaval.
O presidente da Riotur, Marcelo Alves, condenou a ação. Ele se disse surpreendido com a atitude que considera "radical" uma vez que Chiquinho ainda não foi julgado nem condenado.
— Eles estão tomando uma atitude por um ato de uma pessoa, que nem foi julgado. Não podem ter uma atitude radical prejudicando todas as escolas de samba, prejudicando a cidade do Rio. Isso é uma forma equivocada. Se há uma regra interna empresarial, essa regra sempre existiu. O contrato está assinado. Uma atitude fria contra o Rio, contra o maior espetáculo da terra. Prejudicando milhares de profissionais que trabalham no desfile das escolas de samba — criticou Alves.
O presidente da empresa municipal de turismo afirmou, ainda, que espera que a Uber reavalie a medida:
— Espero que eles revejam. Estou tomando as providências jurídicas para que isso não fique assim. Entendemos as regras internas, mas não é assim. Foi o fato de uma pessoa. Preciso que eles reflitam sobre algo que vai causar um dano gigantesco à cidade do Rio. Eles estão tratando com a cidade do Rio de Janeiro. As medidas jurídicas estão sendo tomadas.
A decisão também atinge o carnaval da Intendente Magalhães. Além da verba para o Grupo Especial, o contrato para a Uber previa R$ 2,5 milhões que seriam utilizados para a estrutura dos desfiles da Intendente Magalhães em 2019.
Até o momento, a prefeitura do Rio ainda não confirmou a data de pagamento da subvenção, que será novamente de R$ 1 milhão para cada escola de samba do Grupo Especial.
FONTE: O GLOBO