A Portela irá pedir a anulação da plenária da Liesa que definiu na noite de quarta-feira a divisão do título do Carnaval de 2017 com a Mocidade Independente de Padre Miguel sob a alegação que a reunião infringiu o estatuto da Liga Independente das Escolas de samba.
– Iremos pedir a anulação da plenária baseado no estatuto da Liesa. A Portela vai esgotar as instâncias – afirmou o advogado da Portela, doutor Leovegildo de Oliveira.
Luis Carlos Magalhães disse que a decisão de entrar na justiça comum vai depender de uma decisão da diretoria da Portela, após se esgotarem todas instâncias na Liesa. Segundo ele, o recurso portelense será feito em até 5 dias. O dirigente garantiu que não entrará com nenhuma liminar para impedir a festa e entrega do troféu para Mocidade, que está marcada para o próximo sábado.
Durante a entrevista, o presidente portelense explicou o motivo de ter ficado calado durante todo o processo do recurso pedido pela Mocidade na Liesa.
– A Portela ficou calada porque tinha como direção o regulamento. Reconhecemos o direito da Mocidade entrar com o recurso. Se fosse conosco faríamos a mesma coisa. A nossa posição era de aguardar essa decisão. E foi assim que fomos para a plenária. A reunião sequer era para tratar disso. O parecer dado pelo doutor Silvio Capanema é cristalino. A Portela achou que o julgamento seria obedecido. É isso que a nossa escola deseja.
‘Sei que alguns presidentes mudaram o voto naquela hora’, diz Luis Carlos Magalhães
Segundo o dirigente portelense, a direção da Mocidade propôs fora do regulamento que a decisão pela divisão do título fosse decidido numa plenária.
– Em lugar nenhum isso está escrito. E isso foi aceito. Rasgaram o estatuto da Liesa. Sete escolas votaram pela divisão. Quem tem razão? – questionou o presidente.
Luis Carlos Magalhães comentou as abstenções de cinco escolas sobre a divisão do título.
– As abstenções tem varias intenções. Sei que alguns presidentes mudaram o voto naquela hora, como os presidentes da União da Ilha, Mangueira e acho que o da Unidos da Tijuca também.
‘Foi uma virada de mesa pura e simples’
Membro da comissão de carnaval da Portela, Fábio Pavão, ressaltou novamente que a plenária não era para decidir o recurso da Mocidade.
– Muitas escolas se mostraram incapazes de estudar o caso para votar com convocação. Foi uma virada de mesa pura e simples – disse.
O presidente da Portela aproveitou para falar da nota e justificativa dada pelo julgador Valmir Aleixo, do quesito Enredo, para a Mocidade.
– Ninguém pode ter certeza que a nota seria 10, aos olhos do Direito. Eu acredito. Mas é uma suposição minha. Não se pode rasgar o regulamento baseado em suposições – afirmou.
Presidente da Mangueira segue no quadro social da Portela
Luis Carlos Magalhães frisou que não pretende excluir o presidente da Mangueira, Francisco de Carvalho, do quadro social da escola, apesar dele ter votador a favor da Mocidade na plenária.
– A Portela e as coirmãs são maiores que tudo isso. Não vamos retirar o Chiquinho de nosso quadro social – garantiu o portelense.
FONTE: CARNAVALESCO