— Nessa época do ano, já teríamos desmontado todos os carros e estaríamos fazendo a ferragem dos novos. Mas nada foi feito. Estamos esperando a reunião que o prefeito disse que vai marcar com as escolas — explica Chiquinho da Mangueira, presidente da verde e rosa.
![Águia da Portela no desfile deste ano](https://extra.globo.com/incoming/21500569-fbf-623/w448/infochpdpict000066114685.jpg)
— O carnaval hoje é um voo de águia, porque investe-se pouco e a cidade recebe R$ 3 bilhões. É daí que saem os impostos que acabam na educação também. Quando ele (Crivella) abate, em pleno voo, a águia, está implementando um voo de galinha. É um tiro no pé.
Presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta lembra ainda que a prefeitura ainda deve uma parcela de R$ 100 mil às escolas, referente ao último desfile.
— Por conta dessa situação e da falta de posicionamento do prefeito, seguramos a produção — diz Horta.
![O cenógrafo Clecio Regis, em Bangu](https://extra.globo.com/incoming/21500568-8bf-1d6/w448/infochpdpict000064787272.jpg)
— Construí tudo graças ao carnaval. Só para fazer o trabalho da Imperatriz emprego, no mínimo, 15 pessoas. A maior parte da renda da minha empresa vem da festa. Virou uma indústria que emprega muita gente. Como faremos se tudo for cancelado? — questiona o cenógrafo.
O aderecista da Mangueira Wellington Ferreira, de 20 anos, teve que improvisar para garantir uma renda extra:
— Essa notícia deixou a gente com medo porque nosso emprego está ameaçado. Aqui no barracão está tudo parado. Hoje, eu vou levar uma das esculturas do desfile passado para alugar numa festa em Niterói. O presidente deixa e a gente se vira como pode.
Maria Aparecida Vieira trabalha há cinco anos na cozinha da Liga das Escolas de Samba (Liesa) e nunca viu tão pouco movimento na Cidade do Samba.
— Junho já é época de voltar a ter movimento por aqui. Essa situação deixa em dúvida como será o dia de amanhã — lamenta a cozinheira.