-->

Navigation-Menus (Do Not Edit Here!)

Riotur propõe que escolas procurem parceiros privados para pagar carnaval

Em meio à polêmica sobre a decisão do prefeito Marcelo Crivella de cortar 50% da subvenção para o desfile das escolas de samba do Grupo Especial em 2018 (o percentual para a redução nos grupos de acesso ainda não foi comunicado oficialmente), a Riotur divulgou, nesta sexta-feira, um comunicado em que o órgão se compromete a ajudar os sambistas a buscar uma alternativa de financiamento junto à iniciativa privada. Cada uma das 13 escolas contava receber R$ 2 milhões para financiar a festa do ano que vem, mas o prefeito já anunciou que o valor será reduzido à metade.
Uma das ideias em estudo na Riotur seria buscar parcerias das escolas com empresários, seguindo um modelo já adotado na organização do réveillon e do carnaval de rua. Na semana que vem, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, vai se encontrar com o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Luiz Castanheira, para discutir o assunto. A reunião deve acontecer na segunda ou na terça-feira.
Ao saber do plano da Riotur, Castanheira mostrou-se cético e observou que, mesmo com PPPs, a prefeitura tem enfrentado dificuldades em atrair patrocinadores para eventos na cidade, principalmente devido à crise. Segundo ele, o cenário não é favorável. Castanheira argumentou ainda que as escolas já haviam planejado o desfile contando com os R$ 2 milhões de subvenção e não podem fazer investimentos na festa, sem saber se vão conseguir este valor por outros meios.

— É um raciocínio simples demais achar que a alternativa poderia vir por parcerias com a iniciativa privada. Está difícil captar apoio. Mas vamos discutir as alternativas com o presidente da Riotur — afirma Castanheira.

Nas PPPs do réveillon e do carnaval de rua, a Riotur abre concorrência para atrair empresas interessadas em apoiar os eventos em troca de publicidade — a exibição da logomarca dos patrocinadores em pontos da cidade. No caso do réveillon de Copacabana, por exemplo, a PPP nunca conseguiu cobrir todos os gastos da festa. Por conta disso, a prefeitura sempre arcou, por exemplo, com o aluguel das balsas para os fogos e com a contratação de boa parte das atrações que se apresentam na virada do ano. Na festa 2016/2017, o tempo de duração do espetáculo pirotécnico acabou sendo reduzido de 16 para 12 minutos, por limitações orçamentárias dos patrocinadores.

Na segunda-feira passada, horas antes de viajar para um compromisso oficial na Holanda, Crivella anunciou que cortaria verbas do carnaval para aumentar as diárias pagas (R$ 10 para R$ 20) pelas 12 mil crianças atendidas em 158 creches conveniadas do município. Na nota divulgada ontem, a Riotur ressaltou que, por limitações orçamentárias, o município cortou gastos e renegociou contratos da administração municipal.

“A prefeitura e a Riotur reconhecem a importância da maior festa popular do mundo, que faz da cidade do Rio de Janeiro um dos principais destinos turísticos no período, gerando emprego e renda para a população. Por esse motivo, o carnaval carioca continuará recebendo o incentivo e recursos do poder público municipal”, diz o comunicado da Riotur.
De acordo com a Riotur, existem outros custos do carnaval que não se limitam aos subsídios. O órgão lembrou que arca com a manutenção da Marquês de Sapucaí, além de outras despesas. Só para iluminar a avenida nos dias de desfile, o município gastou R$ 655 mil. “Além disso, efetivos dos mais diversos órgãos são mobilizados para garantir o sucesso da operação do evento”, diz a Riotur.
Postagem anterior
Proxima
Postagens Relacionadas